terça-feira, 7 de maio de 2013

A harmoniosa vida da artista plástica Debora de Paula e a sua arte em Papel Machê


Ela escolheu todos os cantos do mundo para viver e morar com sua família e a sua arte

::: por Fernando Luigi :::

O teatro despertou na mineira de Juiz de Fora, Debora de Paula, o aprendizado do artesanato como necessidade para a montagem de cenários. Apta nos pincéis logo descobriu com encantamento que da tela para o tridimensional tudo era possível ser materializado artisticamente.

Da sua cidade natal para o vilarejo da histórica Conceição do Ibitipoca, distante 97 Km de Juiz de Fora(MG),  com 600 habitantes, situado geograficamente próxima ao estado do Rio de Janeiro, Debora por lá viveu de 1992 a 2006, onde casou e gerou três filhos, duas meninas e um menino. Fez de tudo um pouco dentro do segmento do turismo: monitora ambiental, dona de bar e de restaurante, até ser notada com talento e incentivada pelo marido ao desenvolver miniaturas de bichinhos em massinha de modelar para entreter os filhos. Colocada uma produção extra de gamelas, pratos, potinhos, à venda no vilarejo, percebeu que sua caminhada artística sob os dons manuais estava acordada.

Das Telas ao Papel Machê

Um salto imediato aconteceu nesse período com sabedoria e curiosidade, pois a formação em artes plásticas e a experiência adquirida no teatro como atriz e cenógrafa, apontaram o ‘norte’ na caminhada profissional de Debora.

Em sequencia cronológica, de Conceição do Ibitipoca para Batatais (SP) a convite da Fundação José Lazarini – entidade voltada ao apoio a adolescentes. De Batatais para Ribeirão Preto (SP) onde participou da tradicional Agrishow apresentando uma fazenda inspirada em obra de Candido Portinari. Já conhecida pelo grande público por meio dos seus trabalhos e pela mídia escrita e falada, a incansável e mutante Debora decide com o marido mudar para Definópolis(MG), sem conhecimento da vida local, apenas uma descoberta através do Google Earth, como vive fazendo até hoje. “Foi uma escolha errada”, conta Débora, que corajosamente coloca filhos e bagagens na estrada sem medo do que vai encontrar.

Era o ano de 2010 e um casal de amigos vendo a falta de mercado para o trabalho de Debora em Delfinópolis, sugeriu que a próxima parada acontecesse na cidade de Ilhabela(SP), considerando total adequação do seu trabalho e o espirito aventureiro dela e da família. O casal “Soquinho” e Carol ainda colaborou no transporte da família e tralhas para o recomeço de vida no arquipélago paulistano.

Com documentos, mas sem lenço

Chegando em Ilhabela, a primeira noite de todos foi numa pousada, mas já no dia seguinte o casal de amigos partiriam de volta para Delfinópolis, de lá despachariam todos os pertences da família de Debora para a montagem do novo lar. Não foi nada fácil a fase de reestruturação em mais uma terra estranha para a sua família. Já passados 3 anos e os filhos já quase crescidos, Debora mostra sinais de “adoção” por Ilhabela. Os filhos, conta Debora, não querem sair de Ilhabela, mas todos tem consciência de que não estão ancorados definitivamente.



A arte de Debora na Congada de Ilhabela

Enquanto isso, nestes três anos já vividos na Ilha, Debora realizou trabalhos interessantes na comunidade como aulas pela Fundaci – Fundação de Arte e Cultura de Ilhabela, criou um presépio para a cidade em tamanho natural, realizou oficinas de papel machê em escolas municipais para crianças de 10 anos (5º ano). Atualmente prepara em seu ateliê oito bonecos em tamanho natural para a Congada que acontece no mês de maio na Festa de São Benedito, tradicional evento folclórico de Ilhabela.
Este trabalho de Debora em Ilhabela, tem o apoio institucional e financeiro do Instituto Ilhabela Sustentável.

Incansável Debora

Nestes três anos em Ilhabela, Debora foi convidada para realizar oficina em Novo Airão (AM) e de quebra, voluntariamente transferiu conhecimentos da arte em papel machê para índios da comunidade Tupé, utilizando a mesma técnica porém em folhas secas. Na temporada de férias do Yacht Club de Ilhabela, durante o período de Carnaval em 2013, Debora realizou oficina de papel machê para os sócios interessados nesta arte.

Como surgiu a arte em Papel Machê

A arte do papel machê se desenvolveu na China, por volta de dois séculos antes de Cristo, e também em regiões das antigas Pérsia e Índia.
Na Europa, o papel machê foi utilizado para criar objetos decorativos primeiramente na França e depois na Inglaterra. Na Itália, a massa era utilizada na e execução das famosas máscaras do Carnaval, em Veneza. Na Noruega foi construída uma igreja toda feita em papel machê, e que durou 37 anos em ótimas condições, mas foi demolida posteriormente.

Quando esta arte chegou ao Brasil?

Não se tem notícias precisas, mas pouco nos importa esta informação, pois o que temos registrado e consagrado para nos balizar é a música “Papel Machê” composta e gravada pelo cantor e compositor João Bosco em 1984, faixa do disco Gagabirô, e que fez muito sucesso quando foi utilizada em trilha sonora numa das novelas globais na época.
Até aí, timidamente a arte ‘do’ ou ‘em’ papel machê, era de acesso quase que exclusivo dos artistas plásticos que nas escolas de belas artes passava-se como informação de sua existência, técnica de manuseio e receita, e um ou outro artista resolvia adotar esta arte como segmento de sua cultura.


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Serviço:

A artista plástica Debora de Paula pode ser encontrada e contatada para novos trabalhos e oficinas:
12 8135 9996 (TIM) | 12 9185 4783 (Claro) | 12 3896 1045 | deboramache@gmail.com