:: por Fernando Luigi ::
Por meio de um abaixo assinado, que foi veiculado no site Change.org, Kátia e Jeannis, mentores e mantenedores do Museu Náutico de Ilhabela, obtiveram 837 assinaturas de apoio numa petição dirigida e encaminhada ao prefeito de Ilhabela, Sr. Antonio Colucci.
Dessa forma, a administração sensibilizou-se com o desejo popular pela continuidade do Museu na cidade. O Museu Náutico de Ilhabela luta há alguns anos para sobreviver na cidade e no momento, estava destinado a fechar as portas.
Segundo os mentores do Museu, Ilhabela seria penalizada ao perder um patrimônio deste porte, pois a oportunidade de juntar todo este material num só lugar seria única. “Foram muitos anos dedicado a este objetivo. Graças a todos nós que nos engajamos por esta causa, o Museu Náutico de Ilhabela continuará aberto levando diversão e cultura para todos”, comenta Kátia.
O setor de naufrágios do Museu Náutico de Ilhabela possui um valioso acervo de objetos como cristais, porcelanas, faianças, talheres de prata, artefatos de bronze, datados do séc. XVIII até meados deste século.
A instituição possui ainda toda história da escafandria, mergulho profissional e recreativo com várias peças em exposição. Possui também várias maquetes dos principais naufrágios que aconteceram no passado.
Grande parte da história social da região se esconde por detrás destes naufrágios, que constituem testemunhos arqueológicos fundamentais para o correto entendimento da nossa realidade.
O Museu Náutico de Ilhabela, procura há muitos anos conservar este patrimônio, que chega hoje a ter mais de 1500 peças de vários navios naufragados, inclusive peças compradas de antigos caiçaras que presenciaram os fatos e assim perpetuaram a história. Jeannis faz questão de enfatizar que “Um naufrágio não termina no fundo do mar, fica na memória, encalha em documentos e permanece para sempre na história. Desperta o interesse e a curiosidade das pessoas. É uma cápsula do tempo".
Conceito cultural
Os museus tiveram origem no hábito humano do colecionismo, que nasceu junto com a própria humanidade. Desde a antiguidade remota, o homem, por infinitas razões, coleciona objetos e lhes atribui valor, seja afetivo, cultural ou simplesmente material, o que justifica a necessidade de sua preservação ao longo do tempo.
Milhares de anos atrás já se faziam registros sobre instituições vagamente semelhantes ao museu moderno funcionando. Entretanto, somente no século XVII se consolidou o museu mais ou menos como atualmente o conhecemos. Depois de outras mudanças e aperfeiçoamentos, hoje os museus, que já abarcam um vasto espectro de campos de interesse, se dirigem para uma crescente profissionalização e qualificação de suas atividades, e se caracterizam pela multiplicidade de tarefas e capacidades que lhes atribuem os museólogos e pensadores, deixando de ser passivos acúmulos de objetos para assumirem um papel importante na interpretação da cultura e na educação do homem, no fortalecimento da cidadania e do respeito à diversidade cultural, e no incremento da qualidade de vida. Porém, muitos dos conceitos fundamentais que norteiam os museus contemporâneos ainda estão em debate e precisam de clarificação.
Agora a história dos naufrágios e material submarino antigo utilizado para pesquisas, estão disponíveis para visitação do público na Rua Luiz Ameixeiro, no bairro do Perequê, em Ilhabela/SP. Fone: 12 3896 3840.
Uma visita prévia e virtual pode ser realizada pelo site www.museunauticoilhabela.com.br.
